terça-feira, 28 de junho de 2016

Antonio Ventura - Desde Os Poemas Cartazes * Antonio Cabral Filho - RJ

Antonio Ventura - Desde Os Poemas Cartazes
O Catador De Palavras
Livro e Blog
http://ocatadordepalavras.blogspot.com.br/
Poemas feitos em cartazes, não são uma invenção de Antonio Ventura. Desde Maiacovski, passando pelo movimento dadaísta, pelos anarquistas de todas as matizes, até às passeatas poéticas contra a ditadura militar no Brasil, ele tem sido instrumento, tanto dos protestos, como da renovação nas formas de circulação da poesia; inclusive na rasgação de poemas feita na escadaria do Teatro Municipal contra os formalismo da poesia pós-45, ele foi amplamente utilizado pelos tropicalistas e concretistas afins. Confiram
Mas o que importa pra nós é a poesia do Antonio Ventura, um poeta senhor do seu traço, que saiu das fileiras da poesia marginal dos anos 70 tanto quanto Antonio Carlos Sechin, hoje todos bem situados no Olimpo da Poesia. Acesse aqui a série de poemas cartazes no blog do próprio:
http://ocatadordepalavras.blogspot.com.br/2012_07_01_archive.html 
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Sobre Ele Diz Carlos Nejar

“Pouco se sabe sobre Antonio Ventura, salvo que é natural de Ribeirão Preto, onde cresceu e se formou e é juiz de Direito. Mas, como Rimbaud, "sentou a beleza nos seus joelhos" e é inevitavelmente poeta, caudaloso, irreverente, com acento surrealista. Observou alguém que a biografia de um poeta é seu canto. E este poeta que traz Ventura consigo, como quem traz a poesia, revela na explosão de ritmos um sotaque pessoal. Embora caminhe dentro de uma tradição — a de "ser absolutamente moderno", mantém inalienável entonação, a marca do que carrega o fogo de quem se sabe "catador de palavras". E o humilde ato de apanhá-las carece de um poder que as retira do estado de silêncio”. (Carlos Nejar)       

domingo, 26 de junho de 2016

Antonio Sales: Padaria Espiritual * Antonio Cabral Filho - RJ

Antonio Sales: Padaria Espiritual
Antonio Sales, escritor e poeta cearense, o inspirador do movimento cultural cearense conhecido como Padaria Espiritual.
Informe dos Forneiros

Antonio Miranda
http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/ceara/antonio_sales.html 

Wikipédia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B4nio_Sales 

Blog do Inharé
http://blogdoinhare.blogspot.com.br/2013/02/escritor-cearense-antonio-sales.html 
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sábado, 25 de junho de 2016

Antonio José Soares Brandão, Desde o Ceará * Antonio Cabral Filho - RJ

Antonio José Soares Brandão:
compositor, poeta e arquiteto, paceiro musical de Ednardo e Petrúcio Maia. Os poemas a seguir constam da revista Arraia PajéurBR nº 04 2012 Edição: Carlos Emílio Correa Lima - CE
Facebook - https://www.facebook.com/carlosemilio.c.lima?fref=ts  
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Retiro a Venda - Aura de Teu Corpo

Retiro a venda - aura de teu corpo
e o vejo agora como um simples retrato.
Visito teu corpo sem esperanças de morte
De tal sorte
que abra cada ponto desta floresta escura
como uma fonte de luz lançada em pobre quarto.

E cá, ao rés do chão me reste como o gás
Dançando com a leve sombra que se furta
aos contatos, e trêmula executa 
alguma dança que aos poucos se desfaz.

Mas que em restar morto ainda a nuvem
persista a tal cadência que não para
por morrer algum ponto que a criou,

Que de morte nenhuma a vida chora
Que em nenhum desejo a vida esbarra
Nem por cansada a vida descansou.

Os Herdeiros de Uriah Heep

Sob o balcão da varanda
ao sol do meio dia
o vento folheava uma revista
                        -Para executivos-
O que deveria vestir.
Como decifrar olhares em reuniões.
Vislumbrava estas figuras mortas:
Meu deus, o que fizeram com os herdeiros de
Uriah Heep.

Mas a densidade ubíqua da tv
Dissipou-se com uma simples chuva
Não era mais forte que os cubos de Ravena
Nem mais eterna que os sinetes de Mitani.

Todo o trabalho erigiu, gerou um suspiro
Elevou-se a um salto, às pequenas luas
Foram os arquivos, as doenças solitárias
Que as doenças do poder circunavegam.

Poeira e solidão - sobras de sonhos
Orgulho pétreo de crentes orientais
Ou desbotados corais de ilusões.
                               Farelaram-se
nos campos desbotados.
- Sobre todo este lixo entrelaçado
Cem mil anos desertos passarão.

Antonio José Soares Brandão no Blogln
http://blogln.ning.com/profile/AntonioJoseSoaresBrandao
Zeca Zines - Site de Ednardo
http://zecazines.blogspot.com.br/2009_09_01_archive.html
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Aldeia Dos Insurretos Furiosos Desgovernados
http://insurretosfuriososdesgovernados.blogspot.com.br/2009/12/clica-ali-abaixo-e-veja-o-nosso_19.html
Jornalismo Mercenário,
Antonio José Soares Brandão.
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Acervo Fotográfico Zeca Zines - Picasa
https://picasaweb.google.com/108011604537733812050/MASSAFEIRALIVRE?gsessionid=Bnt2rEzMa1NWS8pMEuMUKA 
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As fotos a seguir não cumprem nenhuma ordem
Todas As Noites - Poesia,
Antonio José Soares Brandão.
Cli, Brandão...
Brandão, 1ª da esquerda para a direita, de camisa branca.
Brandão, ao fundo de camisa branca.
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sexta-feira, 24 de junho de 2016

Antonio Carlos Medeiros - O Grego * Antonio Cabral Filho - RJ

Antonio Carlos Medeiros, O Grego
(Platão)
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Vou usar aqui o rosto de Platão para dar uma ideia fisionômica do meu amigo Grego. Ele é, sim, um personagem da mitologia, grega não, mas lírica, pois é uma persona poética fantástica, seja pela poesia seja pela pessoa em si. Uma personalidade sempre afável, sempre alegre, muito divertido e acima de tudo um poeta imenso. Durante os anos que convivi com ele em Niterói, nunca houve um só momento de desavenças nem desentendimento sobre nada, inclusive por sua postura filosófica objetiva, de reconhecer em cada um uma instituição inesgotável e buscava sempre entender os posicionamentos individuais.
Assim também é a poesia do Grego, uma poesia voltada para a relação com o mundo, para explicar/entender o ser humano, sempre colocando-o como ser universal.
Sou até suspeito para falar sobre ele, pois junto com o Professor Cícero, da Uff, formamos a dupla que mais luta-lutou para organizar a produção poética do amigo e colocá-la em circulação, o que infelizmente resulta sem objetividade devido à personalidade anárquica do mesmo, que arrancava páginas do livro Pássaro de Ógano, lançado em 1990, edição do autor, autografava e distribuía aos amigos, findando por inutilizar a obra.
Não quero ofender a memória do companheiro, pois ele fazia isso com a maior das simplicidades, por se tratar de um traço da sua concepção de vida, de não acumular bens. Ele não queria bens materiais e isso acabava por destruir tudo que lhe proporcionávamos.
Por exemplo, não usava documentos, não fornecia seus dados documentais para nada. Foi preciso fazer o livro dele de forma alternativa, porque não quis registrá-lo na Biblioteca Nacional.
Mas querelas de lado! O que para mim é descaso, para ele é virtude. E a única coisa material com que se preocupava é/era - pois nem sei se ainda vive - MULHER. O filho da mãe se dava muito bem com o mundo feminino, sempre bem acompanhado e bem bancado, pois as mesmas não deixavam lhe faltar nada. Roupas, perfumes, livros, vinho, e prazer. Pra quê mais?
Para dar uma ideia do perfil fisionômico do Grego, o rosto de Platão é o que mais se afeiçoa. No porte físico um tanto descuidado, devido às noitadas, nunca perdeu para os atletas, do alto do seu 1.75 m, moreno claro, cabelos castanhos escuros, olhos pretos, resultante da miscigenação euro-indígena brasileira, nascido em 1950 na cidade de Niterói - RJ. Muito culto, compositor, poeta, violonista e dono de uma voz invejável, por dominar muito bem a tecnica do canto. 
Bom, melhor é lê-lo:

Canção do Mahabhárata

Fruída canção
do Mahabhárata,
de vidro a loção
no pescoço se lacra,
igual em proporção
a tua mão exata
rompe o tempo e não
se expõe ao que se ata.
Suspira o caramanchão,
na zona do cão se desnata
a forma esculpida do pão
que se transforma em prata.
O barulho do cantochão
e o canto (suave palavra)
têm alça no seu coração,
é feito espeto que crava
a grave ponta da paixão
na face branca de uma escrava...

Fruída canção 
do Mahabhárata.
O abismo do arpão
retranca esta porta larga,
amarga o pecado de então
sobre o sangue da ameaça.
Na clina de cristal do dragão
derrama-se fogo pelas entradas
e Deus em seu longo perdão
lê a fruída canção
do Mahabhárata.

&

O Mar de Gabriela Artêmis

(À Gabriela Artêmis)

Do que dá para este mar,
quando o mar não tem ossos, sangue e carne?
E quando os tem?
Que nome possui o mar,
às vezes o azul só do mar, suspenso
pelo lume do amor?

A estrela desnuda, a rosa branca de Artêmis boiando-o.
Porque o mar não se afoga
no barco que vai a Éfeso. O mar do corpo incendiando-se na flor
(resíduos de perfumes, oferendas íntimas da primavera).

Gabriela Artêmis
esqueceu a janela
porque não havia o mar,
o que era, era vazio:
branco vestindo-se de branco,
lassidão, ruínas dos edifícios em chamas,
balbúrdia de homens cheios de preces & dólares.
Era proibido amar
num tempo sem águas.

Era preciso o mar, urgentemente preciso.
As janelas estavam mortas,
mortas as sentinelas da noite
e o anjo dos sonhos suicidou-se numa noite de lua.

O mar com suas ilhas e naufrágios ( sepultura das lembranças, rastros
de pássaros de quem os viu pela última vez).

Era preciso o mar
para Gabriela Artêmis amar.

&

O Náufrago de Órion

Não queira eu, eu não,
só a sombra do remorso
trazer teu vulto amim
(raio de vulcano) não,

nem chego a ser,
se o que sou é outro troço:
zomba de bruxo, rastilho,
náufrago de órion

e, se me abre o cavo
corpo em que me roço:
(pântano de lume
cicatriz de escorpião)

é que no coração
um cão guardou teu osso.
Sou no avesso vosso:
Ave de bronze com pé de leão.

Se afaste do oco olhar
em que me espojo:
enxertos de desertos
da negra constelação

feito um carinho
de pantera azul ensanguentada.
O amor é mecha de canção
numa louca despenteada

e como quem mata a mãe
com o fogo de um tição:
O meu amor é praga
que Deus guardou no estojo.

&

O Poeta Menor 

                           Ao Cabral

O poeta menor passeia pelas ruas
e olha, de banda, a alma minha e a tua,
somos dois cortes diversos
mas feitos pelos avessos:
(vossas sombras nas portas
brancas de um começo).
Somos alvos principais
e Lorca é quem o diga,
do fuzil (poder do mal)
e que o bem sempre nos siga.
Somos vossos terços e cachecóis
esbarrando-se por um momento.
O poeta solta cisnes,
dálias e girassóis
pela boca mais íngreme
de tons e outros bemóis.
Se despetala como deserto
se despetala a lua,
tem olho de vidro e de mármore
uma mulher toda nua.
O poeta é uma nau
num cais sem ultimato,
arrota rimas e sonetos
já no final de seu claustro.
Somos êmulos acorrentados,
escravos do fim-do-medo,
pensamento desgovernado,
viola de bolso, lerenos
mas uma vez solto e livre,
repartimos o nosso canto
com o povo que nos espreita,
pela causa que amamos.

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quinta-feira, 9 de junho de 2016

Antonio Tavernard, Poesia do Pará * Antonio Cabral Filho - RJ

Antonio Tavernard
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Meus Amigos, eis mais um Poeta Paraense. Assim como Antonio Juraci Siqueira, este aqui também vem das terras do grã-pará, que nos deram tantos nomes ilustres em todas as formas artísticas. Nas letras temos Olga Savary, Leandro Tocantins, Jaime Ovale, e me contenho aqui, senão cometo injustiças. Quero dizer que é mais um nome entre os grandes fundadores da poesia brasileira, graças ao distanciamento dos chamados "grandes centros do sul-sudeste verdamarelo", que assim como Sousândrade, Kilkerry e Augusto dos Anjos, marca a sua presença com os acordes da inovação, seja no estilo seja no conteúdo de sua obra.


Mas para que melhor lhe conheçam, deixo-lhes algumas pistas:
Sou Paraense
http://www.souparaense.com/2011/03/antonio-tavernard-patrimonio-das-letras.html 
&
Academia dos Poetas Paraenses
http://academiadospoetasparaenses.blogspot.com.br/2009/10/antonio-tavernard-nasceu-no-dia-10-de.html 
&
Antonio Tavernard
http://antoniotavernard.blogspot.com.br/ 
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