terça-feira, 27 de setembro de 2016

António Zumaia - Basta * Antonio Cabral Filho - Rj

António Zumaia
nasceu António Ferreira, no Estoril - Portugal, em 15 de maio de 1939. Mas devido ao seu padrinho de batismo, o Marquês de Foronda - cidade basca capital de Álava - virou Antonio Zumaia. 
Conta ele que certo dia foi conhecer o Castelo do Marquês de Foronda e a caminho sentou-se para recompor as forças, escreveu um poema e assinou Antonio, quando olhando um marco de pedra ao lado, deu com a palavra Zumaya gravada ali, e assim surgiu o atual escritor e poeta António Zumaia.
António Zumaia é um escritor rico em produção literária e abrange vários gêneros, perpassando o romance, o conto, a crônica diária, o soneto, a trova, o verso livre, chegando inclusive ao minimalíssimo Haicu, de extração japonesa pelas mãos do monge Matsuo Bashô.
Infelizmente, Antonio Zumaia nos deixou... Carmo Vasconcelos comunicou-nos o seu falecimento em 23 de setembro último.

Não posso deixar uma amostragem extensa de sua produção, até porque foge aos objetivos deste blog, que busca fazer apenas um reduzido apanhado dos Antonios e convidar o distinto viajante a estender sua caminhada. Por hora, deixo-lhes um poema que muito me sensibiliza:

BASTA...

É o meu povo que grita,
nesta luta desigual...
Na pequenez a desdita,
de ser tratado tão mal.

Basta...

Luxúria dos governantes,
à pobreza do povo;
Essas promessas sonantes,
sonhou-se num homem novo.

Basta...

O Luso peito diz basta,
não quer mais, ser enganado;
Pois a verdade o afasta,
do seu ideal sonhado.

Basta...

Digo basta... e grito eu,
com fome envergonhado...
Apenas quero o que é meu
e me está a ser roubado.

Basta...

Vossos erros o povo paga...
Os ricos dão o que sobra;
Os pobres é triste saga,
o que o estado lhes cobra.

Basta...

Há fome em Portugal
e a miséria também...
Não veem que fazem mal,
tirar o que o povo tem?

Basta...

Políticos... nobre casta,
de golpes enriquecidos.
Chegou a hora... já basta,
de estarmos adormecidos.

Basta...

Grita o meu Portugal,
peito sempre nobre e puro,
não roubem mais, porque é mal
e destrói nosso futuro...

Basta...

De escolas a acabar...
De crianças desvalidas...
Sem futuro para sonhar...
Doentes, mal são paridas.

Basta...

Basta é o meu grito agora,
não tirem o que nós temos.
Olhem... chegou a hora,
desta verdade sabermos.

Basta...

Sou o velho do RESTELO,
tenho pulmões para gritar;
O branco do meu cabelo,
diz-me... Não vai continuar...

Sines - Portugal

*
Mais António Zumaia
***
Carmo Vasconcelos
http://www.carmovasconcelos-fenix.org/Escritores/ANTONIO_ZUMAIA/ZUMAIA.htm 
&
António Zumaia - Textos
http://www.recantodasletras.com.br/autor_textos.php?id=3359 
&
Obras de António Zumaia
https://zumaia2.wordpress.com/ 
&
Contos de António Zumaia
https://zumaia5.wordpress.com/ 
&
António Zumaia
http://antonioferreira.blogspot.com.br/ 
&
Efigênia Coutinho
http://efigeniacoutinho-duetos.blogspot.com.br/2014/06/frenesi-efigenia-coutinho-antonio-zumaia.html 
&
Família Borba Pinheiro
http://www.familiaborbapinheiro.com/poeta_antoniozumaia.htm
***