Mostrando postagens com marcador modernismo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador modernismo. Mostrar todas as postagens

domingo, 24 de abril de 2016

Antonio Martins Mendes - Poeta Mineiro * Antonio Cabral Filho - RJ

Antonio Martins Mendes


Antônio MARTINS MENDES (1903-1980), promotor de Justiça, professor no Colégio Cataguases por muitos anos. Participante do movimento "Verde" de literatura, em Cataguases. Dois de seus poemas fazem homenagem à cidade:

"MEIA PATACA"
Martins Mendes

lá no fundo da cidade,
lá no fim da rua de casas velhas,
entre ingazeiros e canaviais,
rola um ralo rio de águas claras,
rola calmo, preguiçosamente,
que até parece que não rola...

No tempo de Guido Marlière,
o francês que plantou povoações
e morreu num deserto verde,
o rio deu ouro (diz a lenda).
Sua água lustral batizou a povoação:
- MEIA PATACA.

Hoje o Meia-Pataca não dá ouro.

É um riozinho triste, esquecido,
que lembra a gente
que no tempo dos índios,
no tempo da onça,
no tempo de Guido Marlière,
Cataguases se chamou
MEIA PATACA, apenasmente.
1929

"MEIA PATACA"
Martins Mendes

lá no fundo da cidade,
lá no fim da rua de casas velhas,
entre ingazeiros e canaviais,
rola um ralo rio de águas claras,
rola calmo, preguiçosamente,
que até parece que não rola...

No tempo de Guido Marlière,
o francês que plantou povoações
e morreu num deserto verde,
o rio deu ouro (diz a lenda).
Sua água lustral batizou a povoação:
- MEIA PATACA.

Hoje o Meia-Pataca não dá ouro.

É um riozinho triste, esquecido,
que lembra a gente
que no tempo dos índios,
no tempo da onça,
no tempo de Guido Marlière,
Cataguases se chamou
MEIA PATACA, apenasmente.
1929

Apresentação de Joaquim Branco, poeta, professor e pesquisador mineiro... Perfil  https://www.facebook.com/joaquim.branco.ribeiro.filho?fref=nf  e blog ...http://joaquimbranco.blogspot.com.br/ 
*

sábado, 31 de outubro de 2015

Modernismo E Modernidade/Ledo Ivo * Antonio Cabral Filho - RJ

Modernismo E Modernidade
Ledo Ivo - Alagoas
***
Modernismo E Modernidade, Ledo Ivo, Livraria São José Editora - 1972, Rio de Janeiro. 

O livro acima é quase um opúsculo, não fosse o tratamento dado a ele pela editora, que reduziu o tamanho do livro para aumentar-lhe o volume. São apenas oitenta e quatro páginas, aonde o autor passa o modernismo e seu conceito no pente fino, faz uma análise do que rolou na Semana de Arte Moderna de 1922 e seus desdobramentos, ao longo das 4/5 décadas seguintes e desfaz a euforia de certas vanguardas metidas a avançadinhas.

Longe de entrar na polêmica do A ou do B,  não estou aqui para apoiar ou desprezar o legado de Ledo Ivo, mas convidar a todos pra conhecer as posições sobre o que seja Modernismo, Modernidade, sobretudo no que diz respeito ao campo da estética literária, que é o campo do autor e também o meu. 

Logo na orelha do livro, o escritor e crítico literário Franklin de Oliveira, destaca:" Só os grandes poetas podem ser grandes críticos literários. Primeiro porque, sendo os magos da forjatura expressiva, podem, como ninguém, penetrar os mistérios da linguagem que constituem o cerne da obra literária: porque não sendo a crítica uma serva da literatura, mas a sua consciência artística, a crítica é, em si mesma, criação - poesias."
A seguir, ele fala da essencialidade na poesia de Ledo Ivo, para ressaltar a sua capacidade crítica, o seu espírito arguto, que lhe deram condições de não se extasiar diante dos assim chamado movimento de vanguarda das artes no Brasil.
E só pra dar um gostinho do tempero litero-gastro-alagoano do bardo, dou-lhes como tira-gosto o primeiro parágrafo do ensaio A Emergência Do Velho; segue:
" O modernismo vive, hoje, os mais belos dias de sua morte. Meio - secular, desfruta de todas as galas pedagógicas e aniversareiras que cercam os movimentos literários já sedimentados, e de curso didático obrigatório. E a comemoração do evento poético-musical-plástico-discursivo que foi a Semana de Arte Moderna, coincidindo com os festejos do 150º  aniversário da nossa independência política, é de molde a instigar juízos, depoimentos e convicções sobre o seu papel providencial.

Finalizando, quero expressar o meu protesto com o que considero "máfia do silêncio" contra a obra de Ledo Ivo, tanto literária quanto ensaística, que sempre buscou desmascarar todas as pseudo-vanguardas artísticas brasileiras, seja por suas incipiências estéticas seja por um falso apoliticismo, que aponta claramente a falta de compromissos artístico-ideológicos de tais grupos. Isso, desde o MODERNISMO, que desaguou em parte "esquerda", em parte "direita integralista".
*
SAIBA MAIS
http://www.releituras.com/ledoivo_menu.asp 
**