segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Antonio de Castro Alves * Antonio Cabral Filho - RJ

Antonio De Castro Alves,
um dos nossos primeiros poetas abolicionistas, foi um jovem rebelde que denunciou as injustiças do seu tempo. Sua poesia reflete isso e ainda hoje, é muito usada nas publicações dos movimentos sociais apontando as opressões de nossa sociedade.

Particularmente, eu cheguei a ele através do poema O Livro e a América, muito repetido nos livros didáticos, mas fico grato aos professores que muitas vezes encheram a minha paciência com solicitações de que o recitasse para a turma ter a noção de como ambientar um poema com passagens históricas, tornando-o um Poema Social. Com toda certeza, essa é uma das razões de eu ter me tornado uma pessoa com visão crítica da sociedade capitalista e atravessado a vida militando por justiça social.
Leiam-no:
"O Livro e a América

Talhado para as grandezas,
p'ra crescer, criar, subir,
o Novo Mundo nos músculos
sente a seiva do porvir.
- Estatuário de colossos -
cansado doutros esboços
disse um dia Jeová:
"Vai,Colombo, abre a cortina
"da minha eterna oficina...
"Tira a América de lá".

Molhado inda do dilúvio,
qual Tristão descomunal,
o continente desperta
no concerto universal.
Dos oceanos em tropa
um - traz-lhe as artes da Europa,
outro - as bagas do Ceilão...
E os Andes petrificados,
lhe apontam para a amplidão.

Olhando em torno então brada:
"Tudo marcha!... Ó grande Deus!
As cataratas - p'ra terra,
as estrelas - para os céus
lá, do polo sobre as plagas,
o seu rebanho de vagas
vai o mar apascentar...
Eu quero marchar com os ventos,
com os mundos... co'os firmamentos!!!"
E Deus responde - "Marchar!"
................................................"

Bom, são dez estrofes em décimas, um poema longo, um tanto chato para se recitar, inclusive devido ao tamanho, mas mais ainda devido ao tema, uma reflexão sobre o mundo de então envolvido em guerras de conquistas conflitando vários países europeus. Mas graças ao seu espírito progressista , as últimas quatro estrofes pregam uma saída utópica, propondo uma libertação pelo saber, aonde o livro tem seu papel ressaltado.

Dentre as minhas buscas, examinei vários portais de autores brasileiros, e preferi deixar como fonte o 
DOMÍNIO PÚBLICO
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.do?select_action=&co_autor=12 , para não colocar ninguém nas mãos de algum urubu literário...

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