segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Antonio Correia D'Oliveira, desde a Quinta do Belinho * Antonio Cabral Filho - RJ

Antonio Correia D'Oliveira
&
O Perfume

O que sou eu? - O Perfume,
Dizem os homens. - Serei.
Mas o que sou nem eu sei...
sou uma sombra de lume!

Rasgo a aragem como um gume
de espada: Subi. Voei.
Onde passava, deixei
a essência que me resume.

Liberdade, eu me cativo:
Numa renda, um nada, eu vivo
vida de Sonho e Verdade!

Passam os dias, e em vão!
- Eu sou a recordação;
Sou mais, ainda: a Saudade.
*
Informe Biográfico

Poeta português, António Correia de Oliveira, nasceu em 1879, em São Pedro do Sul, frequentou o Seminário de Viseu, interrompendo os estudos para viver em Lisboa, onde foi jornalista e funcionário público. Em 1912, foi viver para o Quinta do Belinho, nos arredores de Esposende. 

Com influências
 de Antero de Quental e Guerra Junqueiro, a sua poesia exibe um saudosismo nacionalista, de raiz popular e distante da metafísica de Pascoaes, cultivando temas patrióticos impregnados de doutrina católica ( foi por isso, poeta "oficial" do regime salazarista). Na sua obra, destacam-se ainda, a coloquialidade e um certo panteísmo. Morreu na Quinta do Belinho em 1960.
Mas o detalhe mais importante a observar em sua personalidade intelectual é sua aceitação nas hordas monarquista, anarquista e salazaristas... a tal ponto que chegou a ser considerado o "Poeta Oficial" do regime fascista de Antonio Salazar...

Algumas Obras

Ladainha - 1897;
Cantigas - 1902;
Raiz - 1903;
Tentações de S. Frei Gil - 1907;
Dizeres do Povo - 1911;
A Minha Terra - 10 vols - 1915/1917;
História Pequena de Portugal Gigante - 1940;
Aljubarrota ao Luar - 1944;
Azinheira em Flor - 1954.
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Alguma Referência
Poet'Anarquista
http://wwwpoetanarquista.blogspot.com.br/2013/02/poesia-antonio-correia-de-oliveira.html
Portal Antonio Miranda
http://www.antoniomiranda.com.br/iberoamerica/portugal/antonio_correia.html
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